Os amigos Abraão Lobo Andrade, de 8 anos, e Jailson dos Santos Gomes, de 11 anos, morreram na tarde de terça-feira (29) após terem sido eletrocutados enquanto subiam em um açaizeiro às margens do Igarapé da Fortaleza, na área limítrofe entre os municípios de Macapá e Santana.

Jailson caiu desacordado sobre uma passarela de madeira, enquanto Abraão foi lançado para dentro do rio. Houve um lapso temporal de aproximadamente 5 minutos entre o acidente a localização de Abraão dentro do rio.
“Depois que houve o choque, os vizinhos correram para avisar as famílias. Foi algo em torno de cinco minutos. Meu sobrinho [Abraão] ficou imerso durante esse tempo até o localizarmos. Não sabíamos o local exato da queda porque o impacto o arremessou para longe”, disse Edmilson Andrade, tio do garoto que completaria 9 anos nesta quarta-feira (30).
O Corpo de Bombeiros foi acionado para o local do acidente. Jailson foi levado para o Pronto Socorro de Santana. Os profissionais do resgate adotaram todas as técnicas de reanimação, mas o acumulo de água nos pulmões da criança impossibilitaram que ele fosse reanimado.

Pai carrega filho já morto no ombro.
O próprio pai de Abraão o carregou nos ombros até uma igreja evangélica onde o corpo permaneceu até ser removido para o Departamento de Medicina Legal (DML) da Polícia Técnico Científica (Politec). Jailson, que também sofreu queimaduras e suspeita de traumatismo em razão da queda, acabou morrendo no hospital santanense.

Abraão completaria 9 anos nesta quarta-feira (30)
Os corpos passam por necropsia na manhã desta quarta-feira na Politec. O serviço social da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semast) foi acionado para providenciar o velório e sepultamento dos corpos. Os moradores cobraram das autoridades a podagem das árvores, já que por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APA), o corte é proibido.
“Existem muitas árvores que estão em meio à rede de alta tensão, e isso pode provocar outros acidentes. São muitas árvores que precisam ser podadas, mas isso só pode ser feito pelas autoridades. Só pedimos que esse serviço seja feito, e que casos semelhantes não voltem a ocorrer”, disse o professor aposentado Cláudio Ribeiro, de 65 anos.
Reportagem e fotos: Jair Zemberg Texto: Elden Carlos